A Ouvidoria da Câmara Municipal de Salvador realizou, nesta quarta (15), uma importante audiência pública para tratar das condições de trabalho dos cordeiros de blocos e ambulantes no Carnaval. O ato, no Centro Cultural da Casa, contou com a participação das duas categorias e diversas autoridades.
O ouvidor-geral da Câmara, vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB), destacou o papel do poder público. “O nosso objetivo, além de ouvir os diversos segmentos que atuam no Carnaval, é produzir um relatório com propostas para aperfeiçoar o evento em 2024, garantindo dignidade para essas famílias”, afirmou.
A CTB Bahia marcou presença com os dirigentes Jerônimo Júnior, o vice-presidente Reginaldo Alves e Jailton Andrade, que criticou a ganância empresarial. “É inadmissível que grandes blocos ainda coloquem condições para pagar uma diária irrisória. Nossa Central está firme com cordeiros e ambulantes para serem respeitados em sua dignidade”, enfatizou.
Para Mateus Silva, presidente do Sindicorda, o sindicato precisa participar do processo. “Podemos ajudar na qualificação e formação das pessoas. Mas queremos melhorar o valor da diária e as condições de trabalho e que os blocos cumpram o TAC (Termo de Ajuste de Conduta) do Ministério Público do Trabalho, que define várias regras para o nosso trabalho”, disse.
Rosimário Lopes, presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes e Feirantes, reforçou as condições precárias a que as duas categorias são submetidas. “Todos ganham muito com verbas públicas e patrocínios, mas investem pouco em quem trabalha para garantir a festa”, criticou.
Compromissos
Na audiência, o subchefe da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Paulo Alves, disse que está atento às reivindicações. “Não estamos aqui para passar pano ou fingir que não sabemos das dificuldades. Já estamos discutindo o Carnaval de 2024 para que nós consigamos que vocês [ambulantes e cordeiros] tenham condições mais dignas de trabalho”, destacou.
A procuradora do Trabalho Andréa Tannus reforçou a crítica feita pelas categorias e disse enxergar um horizonte melhor para o ano que vem, caso haja diálogo. “É preciso ter um carnaval mais organizado e voltado para a situação social dos trabalhadores”, falou.
Melhorar as condições dos trabalhadores do Carnaval também foi compromisso assumido pelo vice-presidente do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), Washington Paganelli. “Vamos todos juntos melhorar as condições dos trabalhadores. Todos são seres humanos e merecem dignidade”, pontuou. Informações da CTB-BA e Tribuna da Bahia.
Fonte: CTB NACIONAL
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