MARCELO
CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
“O senhor será ministro do Trabalho ou da
falta de trabalho neste país? Ministro do Trabalho ou do desemprego?”, provoca
Juca Kfouri ao abrir conversa com Luiz Marinho no programa Entre
Vistas, da TVT. O ex-prefeito de São Bernardo do
Campo acaba de ser convidado novamente a trabalhar com Lula na Esplanada dos Ministérios.
E novamente no Ministério do Trabalho em Emprego, que assumiu em 2005, antes de
se tornar ministro da Previdência e, depois, prefeito.
Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos
dos ABC e da CUT, Luiz Marinho observa que os desafios colocados agora (e que
não são só no Ministério do Trabalho, mas em todas as áreas do governo) é
buscar dialogar entre trabalhadores e de empregadores.
“Desse modo, construir um ambiente para o
mundo do trabalho que seja o mais saudável possível para criar empregos de
qualidade. Porque o que aconteceu com a ‘reforma’ trabalhista foi um processo
de retirada de direitos da classe trabalhadora. Além da precarização do
trabalho e a geração de subempregos. Então, precisamos cuidar também da
qualidade dos empregos”, diz
Entretanto lembra que a pergunta poderia caber
também em 2003, e que na ocasião foi respondida com sucesso. “Naquele momento o
governo assumiu em 2003 com desemprego enorme. Durante o governo Lula
(2003-2010) geramos 14 milhões de empregos com carteira assinada. E somando os
governos Lula e Dilma, foram 22 milhões”, diz. O mesmo sucesso que acredita ser
possível buscar agora.
Bom começo
Juca Kfouri lembrou recente fala do papa Francisco
sobre a importância dos sindicatos como ferramenta e construção da qualidade do
trabalho. “Não há sindicato sem trabalhadores e não há trabalhadores livres sem
sindicatos”, disse o papa ao receber, na segunda-feira (19), cerca
de 6 mil membros da Confederação Geral Italiana do Trabalho.
“Os custos humanos são sempre também custos
econômicos e as disfunções econômicas sempre implicam também custos humanos.
Desistir de investir nas pessoas para obter um lucro mais imediato é um mau
negócio para a sociedade”, definiu Francisco.
Marinho comenta que as palavras do
pontífice só aumentam as responsabilidades do futuro governo no desafio de
reconstruir o país, mas também as “abençoa”. “Porque nos dá tranquilidade.
Tenho esperança que a gente consiga repetir o que fizemos no primeiro governo
Lula. Que é harmonizar as condições de trabalho. Certamente o presidente Lula
vai reconstruir o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, e vai
interagir com ele, o que ajuda a interagir, facilita o trabalho. Porque ajuda
na sensibilização dos atores econômicos do país”, acredita o futuro ministro.
A retomada do crescimento econômico, defende
Luiz Marinho, é um dos caminhos para a ampliação do trabalho decente. E uma das
medidas necessárias para essa retomada é a valorização do salário mínimo,
terreno em que o novo governo Lula já começa bem.
A Lei Orçamentária Anual para 2023, aprovada
ontem, prevê aumento do salário mínimo de
R$ 1.212 para R$ 1.320, com ganho real de 2,7% (acima da inflação). “O salário
mínimo atende milhões de famílias em todo o território nacional, impactando no
combate à desigualdade e à miséria. Talvez seja a principal política de
distribuição de renda no Brasil.”
Assista à entrevista completa
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