sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Ministério Público Eleitoral pede cassação de diplomas de candidatos eleitos em Santa Cruz

A Promotoria Eleitoral de Santa Cruz ajuizou, na quarta-feira (26), uma ação de investigação judicial eleitoral contra a prefeita reeleita de Santa Cruz, Fernanda Costa Bezerra, a “Dra Fernanda”; seu vice-prefeito, Ivanildo Ferreira Lima Filho, o “Ivanildinho”; e ainda cinco dos atuais vereadores (quatro dos quais obtiveram a reeleição); duas secretárias municipais; três empresários; dois candidatos a vereador que não se elegeram; e dois que conseguiram vagas na Câmara Municipal, além do pai de um deles. Todos os 17 responderão por abuso de poder político e econômico nas eleições municipais do último dia 2 de outubro.

Fonte: http://www.santaritafm.com/


PRESIDENTE DO CPC/RN CONCEDE ENTREVISTA A RÁDIO SANTA RITA - 87.9 - SANTA CRUZ/RN

 Presidente do CPC/RN, Eduardo Vasconcelos concedendo entrevista a Rádio Comunitária Santa Rita - 87.9 - Santa Cruz - RN

Hoje (28) ao mio dia na Rádio Comunitária SANTA RITA: "Um bem da cidade"  - 87.9 - Santa Cruz/RN, o presidente do CPC/RN, Eduardo Vasconcelos concedeu entrevista ao radialista Ronivon sobre o IV ENCONTRO ESTADUAL DO ORGULHO NEGRO, que acontecerá dia 20 de novembro em Nova Cruz/RN.

Eduardo Vasconcelos respondeu a todas as perguntas feita pelo locutor e radialista, Ronivon, tirando todas as dúvidas sobre inscrições, programação e estruturação (transportes).  Eduardo também adiantou que os participantes não pagarão taxas de inscrições, receberão pastas com conteúdos de discussão, almoço e certificados.

Eduardo Vasconcelos informou ainda que irá as cidades de Lages Pintada e São Bento do Trairi mobilizar artistas e estudantes dessas duas cidades e que inicio do mês irá a Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro em busca de apoios apoios aos projetos que serão lançados em 2017.

No final Eduardo Vasconcelos agradeceu a todos pelo espaço cedido a essa grande emissora e aproveitou para saudar em Im memória o Grande Ativista, Hugo, pai do atual diretor, Luan.  A funcionária/radialista, Marta confirmou presença com mais uma amiga da área cultural.

PRESIDENTE DO CPC/RN EDUARDO VASCONCELOS MOBILIZA REGIÃO DO TRAIRI VISANDO O IV ENC EST DO ORGULHO NEGRO!

 Reunião bastante proveitosa realizada na maior escola de Santa Cruz - E. E. Fco de Assis Dias Ribeiro

Ontem (27) o Presidente do CPC/RN (Centro Potiguar de Cultura), Eduardo Vasconcelos esteve reunido com lideranças estudantis e culturais na cidade de Santa Cruz, região do Trairi Potiguar. A reunião aconteceu na Escola Estadual Francisco de Assis Dias Ribeiro, centro de Santa Cruz.

O objetivo do encontro se deve a mobilização para participação do IV Encontro Estadual do Orgulho Negro, que será realizado dia 20 de novembro na Escola Municipal Nestor Marinho - Nova Cruz/RN com participação de 120 convidados inscritos antecipadamente.

A reunião contou com a participação do Presidente do Grêmio Estudantil da Escola, Anderson, de professores e representações de alunos.

Ao final dos esclarecimentos e importância do evento feito pelo Eduardo Vasconcelos foram inscritos 15 (quinze) participantes podendo fechar os 20.

O presidente do CPC/RN ficará até domingo mobilizando os alunos, apesar de hoje ser feriado (dia do funcionário público), Eduardo buscará as rádios e o som das igrejas para convocar a sociedade de Lages Pintadas, São Bento do Trairi, Japi, Cel Ezequiel e Jaçanã para debates e inscrições para o evento.

Hoje (28), as 11 horas,  Eduardo Vasconcelos dará entrevista na Rádio Comunitário Santa Rita - Sobre o evento.

Na segunda feira (31) estará na cidade de Currais Novos na região do Seridó Oriental, nessa mesma semana o presidente Eduardo Vasconcelos viaja para Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro para concretizar apoios aos eventos e projetos que serão desencadeados no ano de 2017.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Especialistas dizem quanto tempo as crianças podem ficar no computador

Em boa parte do mundo, crianças e adolescentes passam cada vez mais tempo conectados. Segundo estudo do Comitê Gestor da Internet no Brasil, por exemplo, 80% da população do país entre 9 e 17 anos utilizam a rede, sendo que 66% deles navegam por ela diariamente (Leia Para saber mais). O uso exagerado das mídias, porém, pode trazer uma série de problemas para o desenvolvimento dos jovens, como obesidade e insônia.
Preocupada com esses impactos, a Academia Americana de Pediatras (AAP) publicou, na última sexta-feira, um documento contendo uma série de recomendações para ajudar pais e cuidadores a garantirem o uso seguro da internet e da televisão. Divididas por faixa etária,  as sugestões são resultado de uma compilação dos maiores estudos já feitos sobre o impacto das mídias digitais na saúde infantil.

Fonte: Robson Pires

Juiz aceita do MPF denúncia contra Henrique Alves

Estadão:
 
“O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, em Brasília, aceitou nesta quarta-feira, 26, denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o operador do mercado financeiro Lúcio Funaro e mais duas pessoas por esquema de desvio de recursos na Caixa. Os envolvidos agora passam à condição de réus e responderão a ação penal por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, prevaricação e violação de sigilo funcional.”

Viva o juizeco!

O Anagonista
Fonte: Robson Pires

Foi seu ex-aliado quem tirou a adutora de Caicó, Vivaldo!

Foto divulgação - Google
Quem tirou a adutora das mãos do governo do Estado que seria uma obra feita pela CAERN foi o ex-deputado estadual e ex-ministro Henrique Eduardo Alves. Que passou a obra para o DNOCS por sua ingerência junto ao presidente Michel Temer.

Henrique é um ex-aliado de Vivaldo Costa que foi derrotado na eleição passada para o atual governador do Rio Grande do Norte Robinson Faria.

Vivaldo já esqueceu?

Por Robson Pires

Cresce pressão pela volta de dinheiro de empresas nas campanhas

A recém-instalada comissão especial que vai debater na Câmara Federal mudanças nas regras eleitorais (que acabaram de ser implementadas) visa principalmente driblar a decisão do Supremo Tribunal Federal e criar um cenário para aprovar a volta do financiamento de empresas a candidatos e partidos.
 
Após o desastre financeiro nos comitês nas eleições deste ano, cresceu a pressão de prefeitos, deputados e senadores para retomar o processo anterior. O presidente da comissão é Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ministro de Governo Geddel Lima, ambos dispostos a encarar o desafio (Leandro Mazzini).

Robson Pires

Partidos já discutem possibilidade de queda Temer após delações da Odebrecht, diz colunista

 
Alguns nomes para suceder o presidente já começaram a circular no meio político. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o ex-presidente do Supremo, Nelson Jobim, estão entre as possibilidades
Por Redação
Lideranças de partidos diversos como PT e PSDB já discutem a possibilidade do presidente Michel Temer (PMDB) não conseguir continuar no cargo depois que as delações dos funcionários da empreiteira Odebrecht vierem à tona.

Segundo as informações da coluna da jornalista Mônica Bérgamo, da Folha de S.Paulo, alguns nomes já começaram a circular no meio político. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o ex-presidente do Supremo, Nelson Jobim, estão entre as possibilidades.

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Caso Temer caia antes de terminar o mandato, o próximo presidente será eleito de forma indireta pelo Congresso Nacional.

Nelson Jobim foi ministro dos governos FHC, Lula e Dilma e, por isso, teria vantagem em conseguir circular por todos os principais partidos e, quem sabe, conseguir um mínimo de consenso em caso de crise.  Porém, ele prestou consultoria para Odebrecht quando ela começou a ser investigada na Operação Lava Jato.

Os questionamentos em relação a uma possível queda do governo Temer surgiram depois que de informações de que a delação da empreiteira pode atingir os três principais auxiliares do presidente: Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e Moreira Franco, do Programa de Parcerias de Investimentos, além do próprio presidente.

A delação, que deve ter mais de uma centena de parlamentares citados, pode incluir também o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segundo pessoa próxima às negociações da empresa com o Ministério Público Federal.

Foto: Beto Barata/PR
Fonte: Revista Fórum

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Zenaide Maia é única potiguar a votar contra a PEC 241 no segundo turno

 Deputada Federal, Zenaide Maia - RN com Eduardo Vasconcelos - Presidente do CPC/RN

O segundo turno da votação para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, a chamada PEC do Teto dos Gastos, foi marcada por outra vitória dominante dos parlamentares que desejam sua aprovação. Do total dos 478 deputados federais, mais de 75% deram seus votos favoráveis à matéria. O placar ficou 359 a 116.

Na bancada potiguar, a votação também foi dominada pelo “sim” à polêmica PEC. A deputada Zenaide Maia (PR) ignorou mais uma vez a orientação de seu partido e foi a única parlamentar representante do Rio Grande do Norte a votar contra a matéria. Na primeira votação, realizada no início deste mês de outubro, a potiguar votou pelo “não” e chegou a ter sua permanência no PR questionada, inclusive com ameaças de expulsão. O Conselho de Ética da legenda chegou a receber uma representação contra a parlamentar.

Dos outros sete deputados federais restantes, Fábio Faria (PSD) faltou à sessão e, por isso, não votou. Os parlamentares Antônio Jácome (PTN), Beto Rosado (PP), Felipe Maia (DEM), Rafael Motta (PSB), Rogério Marinho (PSDB) e Walter Alves (PMDB) foram todos a favor da PEC. Na primeira votação, de duas semanas atrás, o foi de 7 a 1, devido à presença do representante do PSD.
 
A matéria, de iniciativa do Poder Executivo, teve quórum semelhante ao de primeiro turno (366 a 111), e será analisada agora pelo Senado. A PEC 241 visa limitar os gastos públicos dos três poderes pelos próximos 20 anos. As despesas públicas não poderão crescer acima da inflação acumulada em 12 meses no período encerrado em junho do ano anterior, quando a proposta orçamentária está sendo elaborada, e isso inclui setores como saúde e educação.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Professor universitário é denunciado após ofensas sexistas contra pesquisadora: “vagabunda e sapatona”

Samuel Milet, da Universidade Federal de Rondônia, passou a agredir a pesquisadora Sinara Gumieri depois que ela deu uma palestra sobre gênero no curso de Direito; estudantes promovem abaixo-assinado pedindo a responsabilização do professor
Por Maíra Streit
.Durante uma aula de Direito das Sucessões da Universidade Federal de Rondônia, na última quinta-feira (20), o professor Samuel Milet chamou de “vagabunda” a advogada e pesquisadora Sinara Gumieri, que havia dado uma palestra para estudantes sobre a importância de se falar sobre gênero no campo do Direito.

Ao ser questionado por uma aluna sobre seu posicionamento, Milet seguiu com uma série de insultos e discursos de ódio. Durante a conversa, ele se referiu à profissional como “bostinha” e “sapatona doida”. Diante disso, foi criado um abaixo-assinado, destinado ao Departamento de Ciências Jurídicas e à Reitoria da universidade, para que o professor seja responsabilizado pela atitude.“Considerando a ausência de civilidade e urbanidade com que o docente conduziu a aula, bem como a flagrante manifestação de desapreço por outra pesquisadora, todas condutas vedadas aos agentes públicos, que não homologue a avaliação de estágio probatório do docente em questão”, pede o documento, que já conta com quase 3 mil assinaturas.
O áudio de cerca de 15 minutos com a gravação das ofensas pode ser conferido aqui.
Para apoiar o abaixo-assinado, clique aqui.
Leia a seguir a transcrição do diálogo em que Samuel Milet faz declarações machistas contra a palestrante e a temas relacionados à igualdade de gênero.
Professor: Sinara Gumieri, já pode, já? Sinara Gumieri, aquela vagabunda, entendeu? Defensora de aborto, de gênero. Vagabunda. Mande pra ela me processar, que eu provo que ela é. O pior sabe o que é? Não é a pessoa que fale, o pior crime é a omissão. O teu corpo é teu?
Aluna: É.
P: Mas a vida não é. Então aquilo que tá dentro de você não é seu, porque é vida. Pode falar.
A: O senhor assistiu quantos minutos de palestra?
P: Quando fala em aborto eu não assisto nem meio.
A: Eu acho então que o senhor não pode falar nada da palestra se não assistiu ela toda. Assim, é um achar meu.
P: Tá, então o que é que você quer que eu diga do aborto. O que é que você julga que é bom do aborto?
A: Eu não quero discutir isso com o senhor, porque eu acho que a gente não tá nessa discussão.
P: Mas é exatamente. Aquela mulher, aquela bostinha, cocô; ela foi lá não foi pra dar uma palestra. Ela não foi pra um debate, porque ela falou sozinha. Aí quando tocou no assunto do aborto eu tive que me manifestar, dei as costas, soltei um peido e fui embora.
A: Professor, se o senhor tivesse ficado até o final o senhor teria percebido que metade da noite foi feita de perguntas e respostas. Inclusive pessoas com posicionamento contrário falaram no evento.
P: Sim, mas ela falou quantas horas ali?
A: Ela falou 45 minutos.
P: E os que iam fazer uma pergunta gastaram quantos segundos?
A: Mais de minutos.
P: Porque um debate não é assim, não. Um debate é isso aqui que a gente tá fazendo.
A: Mas justamente. Foi um debate, é porque o senhor não ficou até o final. O debate, em todos os dias de palestra, funcionava assim: acontecia uma palestra, uma exposição oral que era a ideia do evento, depois era aberto pra um debatedor da mesa que era sempre um representante da casa pra ele falar, e após isso era aberto ao público. E todas as pessoas que quiseram se manifestar perguntaram e foram respondidas.
P: Então eu vou falar agora e eu vou usar o mesmo espaço que ela teve. Eu agora vou debater. Tá? Em primeiro lugar, uma questão de gênero. Aonde foi que se discutiu direito ali? Porque a semana era acadêmica de direito.
A: Falaram de Maria da Penha várias vezes.
P: E o que a Maria da Penha tem a ver com transexuais?
A: É direito também, professor. Se é uma demanda social também é direito.
P: Os transexuais têm o mesmo direito que qualquer um, sem dúvida. É ser humano…
A: Mas gênero não é só transexual.
P: Pera aí. Deixa eu falar. Eu falo e depois você fala. Você é petista, pelo jeito.
A: Sou não, professor. Sou não.
P: Porque petista que é assim. Não deixa a gente falar. Deve ser PSOL então. Ou é PSTU.
A: Também não. Eu não tenho nenhum posicionamento de esquerda.

P: Então deixa eu falar. Os transexuais, seja homem ou mulher, GLBT, SBT, Record, o que for, eles são humanos. Humanos, tá? E como humanos eles têm direitos. Agora a questão de gênero que estão querendo incutir em nós é o seguinte: você nasce com uma rola, mas é você quem vai decidir se é homem ou se é mulher, tá? Agora tudo bem, decida. Só que a Lei Maria da Penha foi feita para as mulheres no âmbito doméstico. Os homossexuais, os trans, têm direito? Têm. Eu já falei aqui, mas então vamos fazer uma lei pra eles. Que eles têm direitos, eu acho que têm. Eles não podem ser vítimas da sociedade. Agora usar a mesma lei que eu defendi para você, mulher, e dizer que serve pra ele? Não! Pra ele tem que ter uma lei igualzinha, só que destinada exclusivamente pra ele. Assim como eu não vou permitir nunca que um homo, um trans, um gay entre no banheiro em que minha esposa esteja lá porque eu quebro ele todinho de porrada. Inclusive tinha uma sapatona que foi aluna minha, gente finíssima, ela disse: professor, eu tenho uma vantagem na frente de vocês. Quando tua mulher vai no banheiro eu vou também, que eu entro lá e fico olhando. A bicha é boa. Entendeu?

Então, se têm direito? Têm! Eu não tô roubando o direito de ninguém, eu só não aceito que seja a mesma lei. Então se a Lei Maria da Penha foi criada, ela foi feita para as Penhas e transexuais não é Penha. É Penho. Então vamos fazer a lei do Maria do Penho porque não pode sofrer a maldade humana. Isso é gênero? Não, isso é homem com opção sexual, a mulher com opção sexual. Esse negócio de gênero é PT, meu bem. É PT quem inventou isso. O PT afasta as pessoas. Antes o Brasil era formado de pessoas, hoje o Brasil é formado de classes. Você viu os gays que estão aí querendo cotas, você tem as mulheres que estão querendo…. Olha, tu como mulher, tu, tu, tu e tu não fizeram nada para ter os direitos que vocês têm.

A: Eu faço, inclusive peço para calarem a boca quando pessoas têm esse tipo de discurso e falam isso na minha frente.
P: Pois eu provo. Só que você pode pedir pra eu calar, eu não vou calar.
A: De todo o direito seu.
P: Quer que eu prove? Quer que eu prove? Vocês sabem quando foi que as mulheres entraram no mercado de trabalho? Foi porque elas lutaram pra isso? Não! Foi porque os homens foram pra guerra e faltaram pessoas pra movimentar as indústrias. 53% da população é formada por mulheres, e quantas deputadas Rondônia tem? Uma federal. E quantas estadual? Duas, mas agora é uma só porque a outra virou prefeita.
A: Professor, e é justamente por isso que a gente precisa falar de gênero.
P: Quantas vereadoras? Uma. Então vocês não gostam de mulheres. A mulher não gosta da outra, é inimiga.
A: Como não? Eu votei nela, eu votei nela.
P: Presta atenção. A Lei Maria da Penha….
A: Como que eu não gosto de mulher se eu votei nela?
P: Pronto… Parabéns.
A: Pois é, representatividade.
P: Só que você não é 53%. Você é exceção. Vamos pra regra.
A: Não, professor, a questão é que quando a gente trata das exceções e coloca elas para falarem num evento acadêmico o senhor entra dentro de sala e fala: isso não é direito. Eu acho isso um posicionamento absurdo.
P: Eu liberei a turma foi pra estudar direito.
A: Não foi o senhor quem liberou, foi o departamento, professor.
P: Não, não. O departamento não libera, não.
A: Isso foi liberado em reunião departamental.

P: Presta atenção. Outra coisa que você não sabe: o departamento não pode interferir em faltas. É tanto que eu já disse antes de você entrar no grupo: eu não aceito e eu vou pro Ministério Público Federal. E vou derrubar quem tiver que derrubar se contra a minha vontade um aluno tiver a falta abonada. Olha, eu tenho que dar 40 horas-aula. Se vocês querem fazer jogos, isso aí, vocês façam fora do meu horário. Porque não tem departamento no mundo que mude lei.
A: Tudo bem, é um posicionamento seu.
P: Não é não, é da lei.

A: Mas eu não posso me manter omissa quando o senhor chega dentro de uma sala de aula e fala que não é direito um evento acadêmico em que, se o senhor tivesse comparecido nos demais dias, o senhor poderia ter verificado. Foram mestres e doutores em criminologia, doutores em filosofia, foram juízes. Ela é mestre em direito, a Sinara Gumieri. Ela é mestre em direito da UnB.
P: Não. Ela é uma sapatona muito doida.
A: E se ela quiser ser o problema é dela. A vida é dela.
P: E que veio com uma ideologia petista. Porque eu odeio o PT, veio com uma ideologia petista e vocês bateram palmas de pé.
A: Professor, o senhor pode achar o que o senhor quiser, mas a questão é que o senhor não pode ferir a dignidade de alguém xingando ela pra outras pessoas.
P: Então me processe.
A: Não, eu não tenho que lhe processar em nada.
P: Mande ela me processar.
A: Olhe, se o senhor me chamar de vagabunda, aí eu posso fazer alguma coisa.
P: Mas é porque você ainda não fez por onde. Mas no dia que você fizer…
A: E o senhor sabe? O senhor sabe da minha vida por aí? Porque se eu quisesse ser uma vagabunda também era uma coisa minha e o senhor não tinha que falar nada disso.

P: E se eu quiser chamar é coisa minha e depois a gente discute na esfera jurídica, se é que vai chegar lá. Agora, um direito que eu tenho, e isso é constitucional, é o de livre manifestação.
A: Sim, isso o senhor tem de verdade. E eu também tenho o direito de falar que a sua manifestação é que o senhor está expondo pra um grupo muito grande uma manifestação que está um pouco obscura, porque o senhor está falando de uma coisa que o senhor não conheceu por completo. É só isso que eu estou me manifestando.

P: Olhe, em Rondônia, 85% da população é evangélica. E eu soube que 100% lá era batendo palmas de pé. Então eu não sei onde está o grau de religiosidade dos que estavam lá, porque aplaudir qualquer discurso sobre aborto é aplaudir, é bater palmas pra morte. Ah, mas um quarto das mulheres abortam. E metade do Brasil fuma drogas também, então vamos liberar. A lei diz que matar é crime, que não deve matar, mas todo dia morre gente, então vamos liberar o homicídio também. Então vamos ponderar o que aquela moça que chegou lá pra falar. Ela quis dizer o seguinte: que as pessoas que não são, as pessoas que optarem ser homossexuais devem ser vistos como mulher, se ele for homem. E que deve ser visto como homem se ele for mulher. A opção de cada um é de cada um, agora dividir com a minha lei Maria da Penha que eu ajudei a inventar? Eu não editei Lei Maria da Penha não foi pra transexuais, não, eu editei foi pra mulheres no âmbito familiar. Agora, os transexuais devem ser protegidos? Devem. Vamos fazer uma lei pra eles. Eu ajudo a fazer também. Eu não quero tirar o direito de ninguém.

Agora, trazer pras Universidades ideologia de sapatão, de petista… Eu morro, eu morro defendendo minhas convicções. E minha convicção é que o crime mais nojento que existe é o aborto. E vamos acabar com esse negócio. Você é dona do seu corpo? Então faça a doação dela em vida, que importa em diminuição, pra dizer que não é seu o corpo.
Você tá dizendo que a vida é sua? Eu digo que ela não é.
A: Professor, eu não tô defendendo aborto aqui, não.
P: Mas se bateu palmas é porque defende. Bater palmas é aceitar.
A: Professor, eu posso concordar com 90% do que uma pessoa diz, eu vou criticar ela e chamar ela de vagabunda só porque ela disse uma coisa que eu não concordo?
P: Eu chamo do que eu quiser. Porque eu tenho coragem, eu não sou hipócrita.
A: Só que eu acho que a partir do momento que eu discordo com a posição de alguém, isso não me dá o direito de chamar ele de nenhuma coisa. Assim como eu não posso chamar o senhor de nada, porque a sua pessoa não tem a ver com as suas ideias, entendeu?
P: Não. A minha pessoa tem a ver com as minhas ideias. Pode ter certeza.
A: A sua dignidade como pessoa eu não posso atacar pelas suas ideias, pelas quais eu não concordo, como o senhor pode ver aqui.
P: Você pode não concordar. Agora eu estou explanando o que eu penso e que eu luto por isso. Eu sou contra a ideologia de gênero.
A: Justamente, o senhor falou que a manifestação de pensamento é livre para todo mundo, mas o senhor prega que um pensamento contrário ao seu não deve ser professado só porque é contrário ao seu.
P: Eu não preguei nada.
A: O senhor falou que não deveria colocar num evento acadêmico porque isso não era direito. O senhor está querendo cercear a nossa ideia.
P: Pois agora se depender do meu voto e do meu poder enquanto operador do direito, se eu ver o diretório, o chefe de departamento tirar falta de aluno eu vou pro Ministério Público Federal e derrubo gente. Porque eu tenho que dar 40 horas-aula. Quem quiser jogar futebol, quem quiser fazer, faça fora do horário noturno, ou pelo menos que tenha cuidado com a minha disciplina.
A: Professor, o senhor sabe que a gente tem cargas extras a cumprir, né? Eu não tô falando de jogos, porque aí realmente é uma opinião sua. Mas a gente tem cargas fora da sala de aula pra cumprir, o senhor quer que a gente cumpra essas cargas fora de sala de aula em que horário?
P: Desde que seja depois das 40 horas, depois das 80 horas.
A: Aí o senhor quer que a gente cumpra elas no sábado? No domingo? Porque no sábado a agente já tá fazendo. No domingo também?
P: Aí eu não sei, aí é problema seu. Tá? Eu só quero dizer o seguinte: se vocês tivessem vindo pra aula teria mais proveito do que assistido aquela palestra.
A: Pra ver alguém ser chamada de vagabunda em sala de aula?
P: Não. Porque ela só foi chamada depois que ela professou o crime de aborto.
A: Pra ficar ouvindo piada de estupro em sala de aula?
P: Você é petista. É petista.
A: Sou não, professor. Eu nunca votei em ninguém do PT e tenho orgulho de dizer isso. Nunca votei em ninguém do PSOL, do PT e do PMDB. A questão é que eu tenho um posicionamento meu e o senhor não está respeitando.
P: Eu tô respeitando, sim.
A: Não.
P: E o que eu estou fazendo contra você? Eu tô te expulsando da sala de aula? Eu tô dizendo que vou lhe reprovar?
A: Não, porque eu não estou lhe dando nenhum motivo pra isso.
P: Eu estou dizendo que vou te reprovar?
A: Não.
P: Pois é, eu respeito a sua opinião.
A: O senhor está dizendo que eu sou petista de uma forma como se fosse ofensivo. E quem quiser ser que seja.
P: Porque você usa exatamente o mesmo sistema petista de manifestação. Você tá falando que eu não posso falar porque eu chamei ela de vagabunda e reitero? Você só tá usando isso. Você não tá discutindo o tema, não.
Outro aluno: Professor, dá pra gente tratar desse ponto fora de sala?
A: Não, mas foi escolhido tratar dentro de sala.
P: Faça uma representação contra mim.
A: Pode deixar.
P: Faça uma representação contra mim. Eu tenho o direito de me manifestar. A disciplina é minha. Reclame. Você é autoridade. Reclame. Agora não venha me dizer o que eu tenho que fazer não, porque eu faço isso há 19 anos e eu estou me manifestando aqui enquanto pessoa. Não é como professor, não. É como pessoa. Agora se você está achando ruim, quem tem que sair é você porque eu continuo.
Eu só não faço é ficar calado quando eu vejo falar 

Fonte: Revista Fórum