domingo, 16 de agosto de 2015

Subsecretário Acilino Ribeiro: Alienados e imperialistas protestam hoje

Como um ex-guerrilheiro tornou-se o homem do governo Rollemberg responsável por acalmar os ânimos dos movimentos sociais

Por Cristine Gentil e Luis Tajes

No quarto andar do anexo do Palácio do Buriti, numa sala provisória, com pôster do revolucionário Che Guevara a ser pendurado na parede, dá expediente um homem com currículo impressionante. Na última década, fez sete pós-graduações em Brasília, voltadas para direito internacional, geopolítica, movimentos sociais e inteligência. Mas o advogado Acilino Ribeiro nem sempre trajou o terno elegante de subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular. Não são poucas as fotografias, boa parte delas resgatadas dos arquivos do regime militar, em que aparece de roupa camuflada e fuzil na mão.

Antes de assumir cargos públicos e políticos, foi um guerrilheiro. Preso duas vezes pela ditadura, exilado no exterior, treinado na Rússia e na Líbia, a ponto de se tornar segurança de Muamar Kadafi, passou por todos os países onde havia qualquer risco do “imperialismo americano” estender seu domínio. Continua a acreditar ser este o verdadeiro inimigo. 


Em Brasília, onde participou da luta armada, Acilino inflitrou-se como clandestino nas Forças Armadas e foi preso; no campo, ensinando táticas de guerrilha a camponeses; com Luís Carlos Prestes; e, por último, com Lula

"Dois grupos vão para as ruas hoje nesta manifestação: um grupo de alienados que não aceita que perdeu a eleição e outro financiado por forças do imperialismo. Estão loucos para tomar conta do nosso petróleo”, disse, em entrevista ao Correio. Apesar disso, defende de forma intransigente o direito às manifestações. Tanto que, nos protestos de 2013, foi o advogado que conseguiu absolver os blacks blocks processados pelo quebra-quebra na Praça dos Três Poderes.

A oração de um marxista cristão

“Eu sou um marxista cristão. Todos os dias, rezo quando acordo e quando vou dormir para Deus e para Jesus Cristo, que é o maior revolucionário da história da humanidade. Digo assim: ‘Meu Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, meu santo protetor revolucionário, comandante da revolução mundial pela paz, se o senhor tiver que me dar um poder, só o faça se for para fazer o bem, nunca use para fazer o mal a alguém. Se eu fizer mal a alguém, pode me tirar tudo o que o senhor quiser, só não me tire a minha capacidade de sonhar’.”

A função no governo

“A governabilidade é dada tanto pela base política e partidária quanto pela social. Uma pode gerar crises institucionais e a outra, desestabilização política. Cuido das relações com os movimentos sociais, desde os simpatizantes de madre Teresa de Calcutá até os blacks blocks, todos, comunitários, sindicais, ambientais, estudantis, culturais, mulheres, LGBT, ambiental, índios, ciganos. Para isso, não basta ser uma pessoa que tenha conhecimeno acadêmico, técnico ou político, tem que ter, principalmente, a confiança dos movimentos sociais, e ela não é feita da noite para o dia, tem que ter um histórico de luta e ter agido a favor daqueles movimentos.”

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Fonte: Correio Braziliense

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