sexta-feira, 21 de junho de 2013

À TV, DILMA, E PARA AVANÇAR, NÃO RECUAR!


Nestes dez anos de Lula e Dilma no poder, sempre estivemos obstaculizados pela necessidade de avançar sem criar traumas nas áreas conservadoras e pela necessidade de ampliar as bases político-partidárias de sustentação do Governo.

Para avançar o que avançamos, tivemos de abrir mão de muito e, com isso, também deixamos menos clara parte de nossa identidade perante as parcelas mais jovens do povo brasileiro.

Desde a “Carta aos Brasileiros”, em 2002, com que Lula procurou abrandar as resistências do poder econômico – quem se recorda do que chamavam de “efeito Lula, ameaçando disparar inflação e câmbio, como forma de assustar a população? – até agora, tivemos sempre que refrear os nossos ímpetos pelas mudanças sonhadas para o Brasil para, assim, podermos fazer parte delas.

Porque as grandes reformas estão por serem feitas há 50 anos – de novo, à memória: o que no Governo Jango eram chamadas as “Reformas de Base” – por estarem sempre detidas por um pacto conservador entre os políticos, a mídia e o poder econômico.

Sabemos que, à revelia da multidão de jovens que ocupa as ruas, as forças deste pacto conservador se servem do movimento para, pela mídia , pela demagogia e pela provocação, para tentar desestabilizar o governo eleito do país, democrático e progressista. E, diante disso, muitos de nós ficam paralisados e perplexos, sem saber como reagir.

Talvez, por se deixarem afastar do povo, tenham perdido a sensibilidade e não consigam entrever, na dificuldade, as enormes possibilidades que se abre.

O Governo Dilma, em lugar de estar fragilizado pelas ruas cheias, pode fazer dessa energia  - tanto do que ela contém de generosa quando de legitimação que dela fez a mídia, claro que com razões oportunistas – a imensa força para avançar no que até agora era impossível.
O povo está nas ruas exigindo mudanças, não está?

Não são apenas os R$ 0,20 da passagem, cansam de dizer, mas querendo escolas e serviços de saúde “padrão Fifa, não é?

Pois então, que o nosso Governo não acorre a isso que é também o seu desejo e, em rede nacional e diante do povo brasileiro, propõe as mudanças que permitam isso?

É concreto, é objetivo e corresponde a tudo o que desejamos e que, pelas conjunturas políticas e parlamentares, até agora não foi possível fazer.

Porque não, indo ao encontro das ruas, definir que os royalties do petróleo – todos – se destinem à educação, como o Governo Federal já se dispôs, através de projeto de lei, a fazer com a sua parcela? Afinal, não queremos escolas padrão Fifa e professores tão valorizados como jogadores de futebol?

Porque não garantir a destinação de 10% do PIB para a a Saúde, eliminando as isençõesfiscais dadas a partir de um certo nível de gastos, exceto para doenças gravíssimas, mas retirando dali cirurgias plásticas embelezadoras, taxando as grandes fortunas e estabelecendo impostos sobre heranças vultosas e sobre os gigantescos lucros do sistema bancário?

E esta lista segue pela reforma agrária, pela tributação do capital especulativo e pela contribuição econômica que devem todos aqueles que se nutrem de concessões públicas, como empresários de ônibus e de emissoras de rádio e TV. Aliás, eles não apenas precisam pagar pelo que ganham, como precisam ser obrigados a práticas eficientes, transparentes e que assegurem a todos o direito de ir, vir e de falar e ser ouvido.

Dilma, vá à TV.

Inspire-se na sabedoria popular e faça do limão uma limonada.

O pacto conservador quer derrubar a democracia e a justiça social?

Pois contra-ataquemos como o que temos de melhor e mais generoso: nossos compromissos e sonhos de democracia e justiça social.

Não haverá outra hora como essa. Não haverá uma chance igual, construída por nossos próprios adversários.

Saraiva 13
Nada de passos atrás, porque recuando jamais escaparemos da armadilha.
Avancemos e façamos das ruas o que elas são: nosso lugar, nossa força, nossas armas para mudar o Brasil!

Por: Fernando Brito

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